António Costa, candidato das
primárias do PS. enfatizou a unidade do partido, recorrendo a
manifestações de punho fechado como símbolo da unidade do partido,
referindo também que os adversários “estão lá fora”.
Percebe-se a intenção do candidato
que procura unir o que está desunido. A referida unidade não
existe, nem no PS, nem na esquerda no sentido mais genérico. Unidade
só se encontra de facto na direita, em Portugal e não só.
No caso concreto do PS é a desunião
que o caracteriza, com episódios mais ou menos acesos, uma desunião
que durará pelo menos mais quatro meses. Quem ganha são os partidos
do Governo que não conhecem – como de resto não conheceram nos
últimos três anos – adversário à altura. O que não deixa de
ser curioso: o Governo mais medíocre da história de democracia
portuguesa nunca chegou a conhecer um adversário à altura, apesar
dos esforços dos partidos mais à esquerda do PS que está
confinados a uma dimensão que não lhes permite fazer muito mais do
que aquilo que têm feito. Isto diz muito da liderança de António
José Seguro que nunca foi verdadeiramente oposição.
Quanto à unidade interna que Costa
apregoa, mesmo a concretizar-se poderá não ser suficiente para
fazer frente aos partidos que compõem o Governo. Essa unidade, por
muito que seja difícil, ter-se-á de se alargar a outros partidos de
esquerda.
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