Governar
à força. Governar à revelia dos princípios democráticos.
Governar contra tudo e contra todos. Tem sido assim nos últimos três
anos. E será assim por quanto tempo? A pergunta deve ser colocada
antes de mais ao Presidente da República, silencioso,
convenientemente silencioso. Mas a pergunta também deve ser colocada
a cada um de nós, cidadãos.
Esquecemos
a ideologia nefasta que marca indelevelmente este Governo; ignoramos
a incompetência que caracteriza os membros do Executivo de Passos
Coelho; e aparentemente também menorizamos os constantes ataques do
Governo às instituições democráticas, num total desrespeito pela
separação de poderes. Será que consideramos tudo isto normal e
aceitável?
Que
país pretendemos construir? Sob os escombros da pobreza, mas também
sob uns vagos resquícios democráticos?
Até
quando aceitaremos uma governação forçada, contra as pessoas, mas
também contra a própria democracia. Esperamos, depois disto,
consolidar qualquer coisa parecida com um Estado Moderno?
São
mais as interrogações que ficam. Respostas, confesso que
escasseiam. O país atingiu o absurdo e tudo parece deixar de fazer
sentido. Nietzsche alertava para os perigos da ausência de sentido -
o perigo de todos os perigos: o de nada mais ter sentido.
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