A votação foi desfavorável aos quatro projectos de lei com vista à despenalização da morte assistida. A discussão entre os deputados foi feita com elevação e com respeito pelas posições adoptadas por cada um. De resto, o assunto não merecia outra coisa, desde logo por se tratar de um assunto particularmente sensível. No entanto e apesar do resultado, parece-me que esta questão voltará a ser discutida, provavelmente numa próxima legislatura. De um modo geral e independentemente dos resultados, a discussão teve outra virtude: a de perceber o quão alguns partidos estão agarrados a dogmas e como esses dogmas se sobrepõem à vontade e à liberdade de escolha de cada um. Mesmo que esses partidos tenham optado por vir a terreiro apresentar uma linha de argumentação que fugia à questão das escolhas e da liberdade de cada um, a verdade, desta feita, não se escondeu. A ver vamos como é que, numa próxima ocasião, esses partidos, designadamente o PCP, descalçará a pesada bota do dogma. ...
Para a construção de uma sociedade justa e funcional é necessário que a política e que os políticos se centrem na consolidação de três elementos: a protecção do ambiente, o bem-estar social com a necessária eficácia económica e a salvaguarda do Estado democrático. No entanto, estamos a falhar clamorosamente o primeiro objectivo, o que faz com tudo o resto seja inexoravelmente sem importância.