As comparações, como se sabe,
resultam amiúde num desastre. Aparentemente não será essa a
opinião do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa que, ébrio daquele
espírito de excessos, comparou o trabalho dos irmãos Sobral àquele
produzido pelos diplomatas. Segundo o Presidente dos afectos os
irmãos Sobral são “embaixadores mais qualificados do que a
generalidade da nossa diplomacia.
Em primeiro lugar, a comparação é
disparatada – comparar quem produziu uma canção e venceu um
festival tem naturalmente o seu mérito, mas não a mesma natureza do
que o trabalho dos diplomatas.
Em segundo lugar, qual a necessidade
de ofender quem representa o país fora do país, e fora do âmbito
da composição musical e da vitória de um festival cuja projecção
internacional nem será assim tão significativa? Vale tudo para
conquistar votos e simpatias? Aparentemente vale.
Em terceiro lugar, que elogios
merecerão as cantoras nacionais que conseguiram um último lugar no
referido festival? Existe também a possibilidade de compará-las aos
diplomatas?
E finalmente como justifica o seu
silêncio, Sr. Presidente?
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