Avançar para o conteúdo principal

Querem saber mais sobre dogmatismo? Perguntem ao PCP... e a Cavaco Silva


Não se trata tanto de se pugnar por uma posição ou por outra no que diz respeito à questão da eutanásia, menos da substância e sobretudo da forma.
Numa questão de escassos dias Partido Comunista e Cavaco Silva vieram manifestar o seu repúdio por qualquer tentativa de legalizar a morte medicamente assistida a pedido do doente. Ambos fizeram-no com acentuado respeito pelo dogmatismo que domina as suas vidas e no caso do PCP fica notória a ideia de que todos devem votar contra, deixando de lado a possibilidade de existir alguma liberdade de voto. Assim todos votarão em consonância com as ordens da hierarquia, numa espécie de lembrete de que o colectivo amiúde anula qualquer vontade individual. Na comunicação social pouco ou nada se falou de liberdade de voto, talvez porque liberdade de voto e PCP simplesmente não combinam.
O PCP acusa ainda as propostas de constituírem um “retrocesso civilizacional”, mas atirado pelo PCP torna-se dogmático – única verdade sem admissão de crítica, a começar pela ausência de liberdade interna.
E talvez por se falar em dogmas e reacionarismo, Cavaco Silva, veio também em defesa do sofrimento e do desespero daqueles que anseiam por ultrapassar o último estertor. O ex-Presidente, à semelhança do PCP, não introduz aqui qualquer novidade, chegando mesmo a aconselhar todos, no próximo período eleitoral, a votarem contra os partidos que votaram a favor. Cavaco dá assim aquele toque de malícia a que também nos habituou
Em suma, e de forma particularmente singela, quem tiver interesse em saber mais sobre dogmatismo é perguntar ao PCP e se a pergunta for colocada a Cavaco Silva ainda recebem um bónus sobre reacionarismo.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Normalização do fascismo

O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância. Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um pa...

Fim do sigilo bancário

Tudo indica que o sigilo bancário vai ter um fim. O Partido Socialista e o Bloco de Esquerda chegaram a um entendimento sobre a matéria em causa - o Bloco de Esquerda faz a proposta e o PS dá a sua aprovação para o levantamento do sigilo bancário. A iniciativa é louvável e coaduna-se com aquilo que o Bloco de Esquerda tem vindo a propor com o objectivo de se agilizar os mecanismos para um combate eficaz ao crime económico e ao crime de evasão fiscal. Este entendimento entre o Bloco de Esquerda e o Partido Socialista também serve na perfeição os intentos do partido do Governo. Assim, o PS mostra a sua determinação no combate à corrupção e ao crime económico e, por outro lado, aproxima-se novamente do Bloco de Esquerda. Com efeito, a medida, apesar de ser tardia, é amplamente aplaudida e é vista como um passo certo no combate à corrupção, em particular quando a actualidade é fortemente marcada por suspeições e por casos de corrupção. De igual forma, as perspectivas do PS conseguir uma ma...

Mais uma indecência a somar-se a tantas outras

 O New York Times revelou (parte) o que Donald Trump havia escondido: o seu registo fiscal. E as revelações apenas surpreendem pelas quantias irrisórias de impostos que Trump pagou e os anos, longos anos, em que não pagou um dólar que fosse. Recorde-se que todos os presidentes americanos haviam revelado as suas declarações, apenas Trump tudo fizera para as manter sem segredo. Agora percebe-se porquê. Em 2016, ano da sua eleição, o ainda Presidente americano pagou 750 dólares em impostos, depois de declarar um manancial de prejuízos, estratégia adoptada nos tais dez anos, em quinze, em que nem sequer pagou impostos.  Ora, o homem que sempre se vangloriou do seu sucesso como empresário das duas, uma: ou não teve qualquer espécie de sucesso, apesar do estilo de vida luxuoso; ou simplesmente esta foi mais uma mentira indecente, ou um conjunto de mentiras indecentes. Seja como for, cai mais uma mancha na presidência de Donald Trump que, mesmo somando indecências atrás de indecência...