A União Europeia chegou a acordo sobre um mecanismo único de supervisão
bancária, com vários responsáveis europeus a vangloriarem-se com esta
pretensa vitória da Europa que, quando muito, será uma vitória mais
própria de Pirro como outras que se seguirão, depois de tantas baixas
entre as classes médias e as classes mais desfavorecidas devastadas pela
precariedade, pelo enfraquecimento do Estado Social e pelo desemprego.
Tudo consequência da voracidade do sistema financeiro que se aliou a
representantes políticos de uma ideologia caduca.
A supervisão bancária única abrangerá 200 bancos, deixando de fora 6000. O BCE conspurcado pela ideologia dominante continuará a ter a mesma filosofia, deixando os Estados entregues à tal voracidade do sistema financeiro; o orçamento comunitário pretende-se que seja reduzido; a uniformização fiscal é ainda uma utopia, tal como é qualquer espécie de uniformização social; o Banco de Investimento Europeu continuará a ter uma actuação insuficiente. Nestas matérias não se ousa falar de vitórias. Também era o que mais faltava.
Por outro lado, a UE, esquecida do seu projecto e, paradoxalmente, prémio Nobel da paz, vê o recrudescimento do desemprego assolar a Europa e assiste a um retrocesso das condições de vida de uma boa parte dos seus cidadãos, mantendo-se distante desses mesmos cidadãos, como de resto, é seu apanágio, afundada num miscelânea de tecnocracia e neoliberalismo. E ainda assim fala-se de vitória a propósito de um acordo que deixa de fora alguns países da UE, como é o caso do Reino Unido, República Checa e Suécia e deixa de fora a maior parte dos bancos. No fundo, trata-se de um acordo que tenta passar a mensagem de confiança no sistema bancário europeu, embora seja mais um mecanismo que se rege pelas mesmas regras, pelos mesmos princípios, pela mesma filosofia que deu origem à crise que está a ser paga por quem não tem responsabilidades.
A supervisão bancária única abrangerá 200 bancos, deixando de fora 6000. O BCE conspurcado pela ideologia dominante continuará a ter a mesma filosofia, deixando os Estados entregues à tal voracidade do sistema financeiro; o orçamento comunitário pretende-se que seja reduzido; a uniformização fiscal é ainda uma utopia, tal como é qualquer espécie de uniformização social; o Banco de Investimento Europeu continuará a ter uma actuação insuficiente. Nestas matérias não se ousa falar de vitórias. Também era o que mais faltava.
Por outro lado, a UE, esquecida do seu projecto e, paradoxalmente, prémio Nobel da paz, vê o recrudescimento do desemprego assolar a Europa e assiste a um retrocesso das condições de vida de uma boa parte dos seus cidadãos, mantendo-se distante desses mesmos cidadãos, como de resto, é seu apanágio, afundada num miscelânea de tecnocracia e neoliberalismo. E ainda assim fala-se de vitória a propósito de um acordo que deixa de fora alguns países da UE, como é o caso do Reino Unido, República Checa e Suécia e deixa de fora a maior parte dos bancos. No fundo, trata-se de um acordo que tenta passar a mensagem de confiança no sistema bancário europeu, embora seja mais um mecanismo que se rege pelas mesmas regras, pelos mesmos princípios, pela mesma filosofia que deu origem à crise que está a ser paga por quem não tem responsabilidades.
Comentários