O Governo prepara-se para efectuar cortes na despesa pública. O peso do Estado na economia é demasiado pesado, dizem-nos. Resta saber que parte da despesa pública vai sofrer os cortes.
É evidente que o Estado não pode continuar a gastar - permanentemente - acima das suas reais possibilidades. O défice tem de ser combatido, embora o timing desse combate seja duvidoso e a própria directora-geral do FMI tenha alertado para os perigos dos cortes na despesa pública. E é igualmente evidente que o Estado português pode fazer cortes sem tocar nas suas funções sociais, mantendo o Estado Social intacto e consolidado. Só esta frase fará muitos dos nossos concidadãos espumar de raiva.
A reestruturação das dívidas relacionadas com as parcerias público-privadas, os cortes nas empresas públicas, nos luxos, nos vícios, na partidocracia, no pagamento milionário a empresas consultoras, as negociatas com empresas privadas para a prestação de serviços públicos e que lesam o Estado em muitos...
Para a construção de uma sociedade justa e funcional é necessário que a política e que os políticos se centrem na consolidação de três elementos: a protecção do ambiente, o bem-estar social com a necessária eficácia económica e a salvaguarda do Estado democrático. No entanto, estamos a falhar clamorosamente o primeiro objectivo, o que faz com tudo o resto seja inexoravelmente sem importância.