António Costa anunciou medidas que
visam dar incentivos à vaga de emigração dos últimos anos,
sobretudo dos anos sob jugo da troika. Os incentivos serão
naturalmente de natureza fiscal e sabe-se também que as medida ainda
estão a ser desenhadas, e por conseguinte não estão concluídas.
No
entanto, as vozes levantam-se, sobretudo daqueles que aparentemente
representam comunidades de emigrantes no Reino Unido e em França e,
claro está, as vozes baixinhas de uma oposição que foi governo
precisamente nos anos de saída desses portugueses e cujo pequeno
grande líder recomendou que saíssem da sua zona de conforto e
encontrassem outra vida lá fora.
O
que dizem então essas vozes tão sapientes sobre medidas que ainda
nem sequer estão fechadas?
A
SIC ouviu o director do “Lusojornal” para portugueses a viverem
em França que defende que a medida é discriminatória, defendendo
que não se percebe por que razão se ajuda uns e não outros. A
resposta ainda assim é óbvia: a medida visa trazer de regresso que
emigrou no período da troika. O conselheiro das comunidades
portuguesas no Reino Unido vai mais longe, ou nem por isso, afirmando
que a medida não vai beneficiar mesmo aqueles visados, os tais que
saíram entre 2011 a 2015, e depois de enumerar praticamente todas as
profissões de portugueses naquele país, asseverou que
“automaticamente” estão melhor no Reino Unido do que em
Portugal. Paralelamente, e segundo este conselheiro, trata-se de
campanha e Portugal não tem nada para oferecer a esses emigrantes.
Com esta linha de argumentação torna-se difícil acrescentar o que
quer que seja.
É
evidente que o país necessitava sobretudo de oferecer mais e melhor
emprego. Ainda assim, as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro
não só são um claro contraste com a visão de Passos Coelho sobre
emigração, como representam a vontade do país de querer ver o
regresso dos portugueses que saíram do país naquele trágico
período. É insuficiente? Sim, mas ainda assim não só é melhor do
que uma mão cheia de nada como é radicalmente melhor do que o
desprezo que outros manifestaram relativamente a quem viu-se obrigado
a abandonar o seu país.
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