Depois
da crise da Zona Euro (actualmente meramente adormecida) a Europa
depara-se com uma crise humanitária consequência da chegada de
imigrantes a território europeu.
David
Cameron, primeiro-ministro britânico, adoptou uma retórica
anti-imigração, comportando-se como se o seu país nada tivesse a
ver com o problema. Voltamos à questão da ausência problemática
de sentido histórico. Afinal de contas, o passado recente do Reino
Unido como peça essencial na instabilidade de países que hoje
servem de plataforma para a migração olhada com tanto desdém, não
existe. Prescindo de abordar o passado mais remoto o que me obrigaria
a referir verdadeiras “pragas” de outros tempos.
Mais:
a Europa, afundada na mediocridade das suas lideranças, não tem
capacidade de atenuar o fluxo migratório. Existirá apenas retórica
e uns muros reais ou imaginários. A questão exigia uma coordenação
e eficiência que não existe nas actuais lideranças.
No
entanto, não deixa de ser irónico que um continente envelhecido,
com baixas taxas de natalidade e com parcas perspectivas de futuro,
se mostre tão repugnado com estes fluxos migratórios, os mesmos que
o futuro exigirá como essenciais para a continuidade de vários
países da União Europeia.
Na
verdade, nem todos os países que compõem a UE conseguem atrair
imigração qualificada e dificilmente conseguirão no futuro.
Esta
é, ironicamente, uma Europa à deriva.
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