É desta forma que o ministro da Economia, António Pires de Lima, qualifica o caso BES. Diz o ministro que se trata de uma situação inexplicável para os investidores e para o próprio Pires de Lima. Inexplicável, para Pires de Lima, também é o caso do chico-espertismo da PT. O caso será inexplicável para quem acredita no funcionamento do sistema financeiro e nas parcas formas de supervisão. É inexplicável para quem esqueceu a origem da crise e as similitudes entre o sistema financeiro e organizações de natureza criminosa. O caso BES será inexplicável para o ministro da Economia, mas tem uma várias explicações: uma voracidade inesgotável, presunção, elitismo, promiscuidade entre poder financeiro e poder político (veja-se o cadastro do BES nos últimos dez anos, não havia negócio escabroso e opaco em Portugal que não tivesse o cunho do banco), ineficácia da regulação, de um sector que está há largos anos fora de controlo. O caso BES é mais um, apenas isso. De resto, estamos lon...
Para a construção de uma sociedade justa e funcional é necessário que a política e que os políticos se centrem na consolidação de três elementos: a protecção do ambiente, o bem-estar social com a necessária eficácia económica e a salvaguarda do Estado democrático. No entanto, estamos a falhar clamorosamente o primeiro objectivo, o que faz com tudo o resto seja inexoravelmente sem importância.