Conselho
aos dois partidos de direita: não deixem passar esta oportunidade
que Ricardo Robles proporciona, desde logo porque são tão parcas as
oportunidades que desperdiçar esta, mesmo sendo uma mão cheia de
nada, constituiria um erro.
É
certo que a história parecia incomensuravelmente melhor do que acaba
por ser. Quando a sexta-feira amanheceu com a promessa de finalmente
se poder atacar os partidos de esquerda, sobretudo aquele partido
porventura mais exasperante, contestatário, sempre a lutar por uma
outra sociedade, criou-se um mundo de expectativas.
Depois
vieram os desmentidos do próprio Robles: afinal nenhuma injustiça
havia sido praticada pelo vereador bloquista, designadamente contra
os arrendatários. Sobra a tese da especulação imobiliária e para
que essa tese seja de facto consistente, vamos esquecer o facto de se
tratar de um imóvel com dois proprietários, o que implica avanços
e recuos e tentativas de se chegar aos tão difíceis consensos.
Esqueçamos isso, evite-se tocar nesse particular. Acuse-se o Robles
de incoerência ideológica, da tal especulação que é tão amada
pela direita, mas que agora vamos fingir que é instrumento do Diabo,
sobretudo se praticada por alguém de esquerda. Finjamos que o
vereador que viabiliza a actual solução camarária cometeu um crime
de lesa-pátria, mesmo tendo adquirido o imóvel em 2014 quando o
cenário imobiliário era diametralmente oposto ao que se verifica
hoje. E se for necessário insinue-se que o Robles têm a capacidade
de ver o futuro.
Aproveitem
meus amigos, sobretudo os de direita. Esta caiu do céu e embora
fraquinha, nós estamos cá para tudo empolar. Afinal de contas mais
vale uma mão cheia de nada de um partido de esquerda do que nos
obrigarem a exercícios de reflexão sobre os partidos de direita.
Aponte-se o dedo aos Robles deste país. Firme e hirto, sem titubear.
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