A
falta de vergonha tem feito escola junto de uma classe política que,
infelizmente, também se encontra à frente dos destinos da Europa.
Dijsselbloem é um excelente exemplo da dita falta de vergonha. O
ainda Presidente do Eurogrupo que, ao que tudo indica desempenhará
essas funções até Janeiro de 2018, manifestou a sua intenção de
se recandidatar.
Recorde-se
que Dijsselbloem sofreu uma derrota clamorosa, através do seu
partido, nas últimas eleições holandesas e, em consequência,
deixará de ser ministro das Finanças. Todavia, as regras flexíveis
do Eurogrupo permitem que o seu Presidente não tenha forçosamente
de ser ministro das Finanças.
Recorde-se
também que Dijsselbloem voltou a manifestar os seus preconceitos
contra a Europa do Sul, mas de forma mais brejeira do que é seu
costume, facto que está a dar azo a pedidos de demissão de vários
representantes políticos europeus.
O
que o Presidente do Eurogrupo e outros não querem perceber é que
falsos socialistas e sociais-democratas estão a ser fortemente
castigados nas urnas. Dijsselbloem parece relutante em retirar
ilações dos desastrosos resultados do seu partido. Dijsselbloem
resiste, manifestando uma total incapacidade em perceber que a
deturpação dos valores socialistas e sociais-democratas estão a
abrir espaço ao populismo que desde logo denuncia políticos
rendidos aos negócios, ao compadrio e à corrupção, absolutamente
alienados dos interesses dos cidadãos que esses partidos populistas
juram defender. Dijsselbloem e similares não querem saber, nem têm
pudor em revelar a sua verdadeira face e estão a dar o mais forte
contributo para o enfraquecimento das democracias, criando as
condições necessárias para que partidos populistas possam emergir.
De
uma coisa podemos estar certos: com estas pessoas ao leme a Europa
afunda-se a cada dia que passa. Com um cínico sorriso nos lábios;
um sorriso demasiadas vezes repleto de falsa superioridade.
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