As
instituições europeias, sob o jugo da Alemanha, têm como objectivo
cercear qualquer possibilidade das políticas anti-austeridade
vingarem na Europa. Apenas desse modo, se compreende a intransigência
europeia relativamente à Grécia. Recorde-se, por exemplo, que a
Grécia cumpriu medidas inscritas no memorando de entendimento, quer
em matéria de corrupção, quer no quer diz respeito à fraude e
evasão fiscal. Paralelamente, o Governo grego mostra-se disposto a
proceder à privatização do porto de Piréu (uma medida que
contraria o seu programa de governo).
Todavia,
as instituições europeias querem mais austeridade, sobretudo no
plano de pensões e nos despedimentos. Precisamente aquilo que o
Syrisa não pode aceitar. Ou seja, todas as dificuldades são
levantadas justamente para que o desfecho seja o insucesso do Governo
grego; tudo é feito para castigar a audácia do povo grego.
O
resultado é evidente: a Grécia, aceitando as imposições europeias
terá que abandonar a política preconizada pelo Syrisa,
inviabilizando a escolha democrática de um povo soberano; não
aceitando essas imposições a Grécia sairá do Euro. Mesmo com o
Presidente alemão a relembrar as responsabilidades da Alemanha
relativamente às reparações de guerra. Recorde-se que, para além
da devastação a que a Grécia ocupada foi sujeita na Segunda Guerra
Mundial, os nazis, durante essa ocupação, obrigaram o banco do país
a entregar um empréstimo, esvaziando assim o Banco Central Grego. O
Governo grego estima que o valor das reparações aproxime-se dos 300
milhões de euros.
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