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Eleições americanas

Depois da convenção republicana, a convenção democrata. Quanto à primeira, pouco haverá a acrescentar para além do surrealismo da coisa. A convenção democrata parece ter tido o seu ponto alto com a presença da mulher de Barack Obama, Michelle Obama. O Presidente Americano conta com o desgaste de perto de quatro anos de dificuldades da economia americana.
A sensação de que não terá feito o suficiente será provavelmente generalizada. A economia americana ainda está longe de outros períodos de pujança, o desemprego, embora atenuado precisamente graças às políticas da Administração Obama, continua a afligir uma vasta franja da população e o sentimento de gradual tibieza da hegemonia americana são aspectos que poderão prejudicar as intenções de reeleição de Barack Obama.
De qualquer modo, Obama continua a ser o melhor candidato ao cargo e mesmo que ignoremos as questões ideológicas, a serenidade, o respeito pelo adversário político e a sensatez contrastam com o inefável (como de resto têm sido muitos candidatos republicanos nos últimos anos) Mitt Romney.
Estas eleições americanas não têm o entusiasmo da anterior em que um improvável candidato - Barack Obama - prometia a mudança. Essa mudança nunca chegou verdadeiramente (talvez se consolide num segundo mandato), porém Barack Obama continua a pertencer a uma dimensão a que Mitt Romney nunca pertencerá.

Comentários

Anónimo disse…
Até pode ser. Mas nunca um presidente republicano deu ordens para executar cidadãos americanos sem julgamento.

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