Avançar para o conteúdo principal

Eleições americanas

Depois da convenção republicana, a convenção democrata. Quanto à primeira, pouco haverá a acrescentar para além do surrealismo da coisa. A convenção democrata parece ter tido o seu ponto alto com a presença da mulher de Barack Obama, Michelle Obama. O Presidente Americano conta com o desgaste de perto de quatro anos de dificuldades da economia americana.
A sensação de que não terá feito o suficiente será provavelmente generalizada. A economia americana ainda está longe de outros períodos de pujança, o desemprego, embora atenuado precisamente graças às políticas da Administração Obama, continua a afligir uma vasta franja da população e o sentimento de gradual tibieza da hegemonia americana são aspectos que poderão prejudicar as intenções de reeleição de Barack Obama.
De qualquer modo, Obama continua a ser o melhor candidato ao cargo e mesmo que ignoremos as questões ideológicas, a serenidade, o respeito pelo adversário político e a sensatez contrastam com o inefável (como de resto têm sido muitos candidatos republicanos nos últimos anos) Mitt Romney.
Estas eleições americanas não têm o entusiasmo da anterior em que um improvável candidato - Barack Obama - prometia a mudança. Essa mudança nunca chegou verdadeiramente (talvez se consolide num segundo mandato), porém Barack Obama continua a pertencer a uma dimensão a que Mitt Romney nunca pertencerá.

Comentários

Anónimo disse…
Até pode ser. Mas nunca um presidente republicano deu ordens para executar cidadãos americanos sem julgamento.

Mensagens populares deste blogue

Mais uma indecência a somar-se a tantas outras

 O New York Times revelou (parte) o que Donald Trump havia escondido: o seu registo fiscal. E as revelações apenas surpreendem pelas quantias irrisórias de impostos que Trump pagou e os anos, longos anos, em que não pagou um dólar que fosse. Recorde-se que todos os presidentes americanos haviam revelado as suas declarações, apenas Trump tudo fizera para as manter sem segredo. Agora percebe-se porquê. Em 2016, ano da sua eleição, o ainda Presidente americano pagou 750 dólares em impostos, depois de declarar um manancial de prejuízos, estratégia adoptada nos tais dez anos, em quinze, em que nem sequer pagou impostos.  Ora, o homem que sempre se vangloriou do seu sucesso como empresário das duas, uma: ou não teve qualquer espécie de sucesso, apesar do estilo de vida luxuoso; ou simplesmente esta foi mais uma mentira indecente, ou um conjunto de mentiras indecentes. Seja como for, cai mais uma mancha na presidência de Donald Trump que, mesmo somando indecências atrás de indecências, vai fa

Outras verdades

 Ontem realizou-se o pior debate da história das presidenciais americanas. Trump, boçal, mentiroso, arrogante e malcriado, versus Biden que, apesar de ter garantido tudo fazer  para não cair na esparrela do seu adversário, acabou mesmo por cair, apelidando-o de mentiroso e palhaço.  Importa reconhecer a incomensurável dificuldade que qualquer ser humano sentiria se tivesse que debater com uma criança sem qualquer educação. Biden não foi excepção. Trump procurou impingir todo o género de mentiras, que aos ouvidos dos seus apoiante soam a outras verdades, verdades superiores à própria verdade. Trump mentiu profusamente, até sobre os seus pretensos apoios. O sheriff de Portland, por exemplo, já veio desmentir que alguma vez tivesse expressado apoio ao ainda Presidente americano. Diz-se por aí que Trump arrastou Biden para a lama. Eu tenho uma leitura diferente: Trump tem vindo a arrastar os EUA para lama. Os EUA, nestes árduos anos, tem vindo a perder influência e reputação e Trump é o ma

Normalização do fascismo

O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância. Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um pa