Avançar para o conteúdo principal

Obrigatório ler

O artigo "As ruas de 2012" de Naomi Wolf e que o jornal Público colocou na sua página é de leitura obrigatória. O artigo começa com uma questão colocada pela autora sobre as novidades que o ano novo trará relativamente à onda global de protestos de 2011. A respostas são, citando a autora, "alarmantes".
A supressão de direitos, a elaboração de legislação que atropela os direitos dos cidadãos, a repressão serão, na óptica de Naomi Wolf, respostas cada vez mais frequentes e musculadas para fazer face aos protestos globais. De um modo geral, os arautos da globalização neoliberal não se vão coibir de utilizar todas as armas ao seu dispor para reprimir e até extinguir os protestos que eclodem um pouco por todo o mundo.
Naomi Wolf de como países como o Reino Unido, Israel e Estados Unidos estão a preparar-se para cercear e, seguramente eliminar, quaisquer focos de protesto. O caso americano é paradigmático: a "National Defense Authorization Act, aprovada pelo Congresso em Dezembro, permite ao Presidente suspender as garantias processuais para cidadãos dos EUA, proceder à detenção por tempo indeterminado e sujeitá-los a tortura". Isso mesmo, tortura. Nada a que as Administrações Americanas não estejam já habituadas. Todavia, agora consegue-se ir ainda mais longe.
Por conseguinte, o protesto será reprimido, as leis serão endurecidas, o cerco continuará a apertar-se. Vale tudo para se manter um sistema de capitalismo selvagem global e este ano que agora se inicia mostrará a força do capital global e de todos os que dele se alimentam.
O artigo finda com a ideia de que a repressão, até ao momento, não está a produzir os efeitos esperados. Naomi Wolf refere que movimentos como o "Occupy Wall Street" e o "Ocupy Moscow" vão ganhando cada vez maior relevância, pese embora os esforços encetados para os diminuir. Seja como for, a ideia de que a política convencional já não consegue fazer face às ameaças à democracia começa a ganhar força. Os interesses da globalização financeira não se coaduna com as democracias. A resposta parece ser cada vez uma única: a mesma que nasce de movimentos de protesto global um pouco por todo o mundo.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Normalização do fascismo

O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância. Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um pa...

Fim do sigilo bancário

Tudo indica que o sigilo bancário vai ter um fim. O Partido Socialista e o Bloco de Esquerda chegaram a um entendimento sobre a matéria em causa - o Bloco de Esquerda faz a proposta e o PS dá a sua aprovação para o levantamento do sigilo bancário. A iniciativa é louvável e coaduna-se com aquilo que o Bloco de Esquerda tem vindo a propor com o objectivo de se agilizar os mecanismos para um combate eficaz ao crime económico e ao crime de evasão fiscal. Este entendimento entre o Bloco de Esquerda e o Partido Socialista também serve na perfeição os intentos do partido do Governo. Assim, o PS mostra a sua determinação no combate à corrupção e ao crime económico e, por outro lado, aproxima-se novamente do Bloco de Esquerda. Com efeito, a medida, apesar de ser tardia, é amplamente aplaudida e é vista como um passo certo no combate à corrupção, em particular quando a actualidade é fortemente marcada por suspeições e por casos de corrupção. De igual forma, as perspectivas do PS conseguir uma ma...

Mais uma indecência a somar-se a tantas outras

 O New York Times revelou (parte) o que Donald Trump havia escondido: o seu registo fiscal. E as revelações apenas surpreendem pelas quantias irrisórias de impostos que Trump pagou e os anos, longos anos, em que não pagou um dólar que fosse. Recorde-se que todos os presidentes americanos haviam revelado as suas declarações, apenas Trump tudo fizera para as manter sem segredo. Agora percebe-se porquê. Em 2016, ano da sua eleição, o ainda Presidente americano pagou 750 dólares em impostos, depois de declarar um manancial de prejuízos, estratégia adoptada nos tais dez anos, em quinze, em que nem sequer pagou impostos.  Ora, o homem que sempre se vangloriou do seu sucesso como empresário das duas, uma: ou não teve qualquer espécie de sucesso, apesar do estilo de vida luxuoso; ou simplesmente esta foi mais uma mentira indecente, ou um conjunto de mentiras indecentes. Seja como for, cai mais uma mancha na presidência de Donald Trump que, mesmo somando indecências atrás de indecência...