O Office 2010 da Microsoft que entra agora para o mercado já contempla as alterações do Acordo Ortográfico (A.O). De facto, já existem publicações em Portugal, designadamente na imprensa, que utilizam as normas previstas pelo Acordo Ortográfico. Trata-se, com efeito, de um processo irreversível - fomos confrontados com as alterações e seremos, mais dia menos dia, forçados a utilizar as alterações propostas pelo A.O.
Este foi um processo que teve o seu início há tempo suficiente para que fosse iniciada uma discussão séria sobre o assunto, o que nunca se verificou. Aliás, excepção feita a algumas personalidades que travaram uma batalha contra a introdução do acordo e de uma petição na Internet, os políticos afastaram-se da discussão e afastaram os cidadãos de uma troca de ideias mais aprofundada sobre uma alteração muito significativa na língua portuguesa.
A forma como o Acordo Ortográfico foi negociado - à revelia dos cidadãos usuários da língua - constitui um dos piores exemplos de desrespeito pelos cidadãos. Não se tratava de referendar direitos dos cidadãos, ou matérias de grande complexidade, mas sim de um elemento central da cultura portuguesa. Os cidadãos até poderia aprovar as alterações à sua língua, mas nesta matéria teriam que ser consultados. Estes senhores que negociaram tão fervorosamente o A.O. são representantes do povo português, mas isso não significa que tenham carta branca para tomar decisões aparentemente irreversíveis sobre aspectos centrais da cultura do país. Não se trata de um nacionalismo exacerbado, trata-se sim da defesa do que é nosso e da rejeição de um acordo que mais não foi do que uma negociação da língua portuguesa. Estes são aspectos que não podem ser menorizados em nome de interesses económicos ou geoestratégicos.
De igual forma, condena-se o desprezo que os representantes dos cidadãos deste país mostraram pelos cidadãos. Em rigor, esse desprezo só pode ter lugar num país genericamente adormecido e daí não se retirarem quaisquer consequências. O Office 2010 da Microsoft vem apenas dar resposta a uma necessidade do mercado que mais não é do que o resultado do desprezo que muitos dos putativos representantes políticos mostram ter pelos seus cidadãos.
Este foi um processo que teve o seu início há tempo suficiente para que fosse iniciada uma discussão séria sobre o assunto, o que nunca se verificou. Aliás, excepção feita a algumas personalidades que travaram uma batalha contra a introdução do acordo e de uma petição na Internet, os políticos afastaram-se da discussão e afastaram os cidadãos de uma troca de ideias mais aprofundada sobre uma alteração muito significativa na língua portuguesa.
A forma como o Acordo Ortográfico foi negociado - à revelia dos cidadãos usuários da língua - constitui um dos piores exemplos de desrespeito pelos cidadãos. Não se tratava de referendar direitos dos cidadãos, ou matérias de grande complexidade, mas sim de um elemento central da cultura portuguesa. Os cidadãos até poderia aprovar as alterações à sua língua, mas nesta matéria teriam que ser consultados. Estes senhores que negociaram tão fervorosamente o A.O. são representantes do povo português, mas isso não significa que tenham carta branca para tomar decisões aparentemente irreversíveis sobre aspectos centrais da cultura do país. Não se trata de um nacionalismo exacerbado, trata-se sim da defesa do que é nosso e da rejeição de um acordo que mais não foi do que uma negociação da língua portuguesa. Estes são aspectos que não podem ser menorizados em nome de interesses económicos ou geoestratégicos.
De igual forma, condena-se o desprezo que os representantes dos cidadãos deste país mostraram pelos cidadãos. Em rigor, esse desprezo só pode ter lugar num país genericamente adormecido e daí não se retirarem quaisquer consequências. O Office 2010 da Microsoft vem apenas dar resposta a uma necessidade do mercado que mais não é do que o resultado do desprezo que muitos dos putativos representantes políticos mostram ter pelos seus cidadãos.
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