A eleição de Barack Obama galvanizou o mundo, e tanto mais é assim que os festejos começaram nos Estados Unidos, passando pela Europa, culminando na Ásia. Obama é hoje, mais do que nunca sinónimo de esperança. Mas a esperança e a desilusão andam, amiúde, de mãos dadas. De resto, as expectativas criadas em torno de Obama podem rapidamente transformar-se em desilusão.
Em primeiro lugar, importa recordar que Obama terá como principal missão recuperar a força dos Estados Unidos, a nível internacional. Isso passa por regenerar a imagem que os EUA transmitem ao mundo, mas implica também recuperar uma posição estratégica que permita manter a actual ordem mundial; ou seja, garantir aos EUA a posição de superpotência mundial.
Em segundo lugar, recorde-se que a posição de superpotência é garantida através da supremacia militar, geoestratégica e, claro está, económica. A supremacia económica, na qual se engloba naturalmente a supremacia tecnológica, não permite que os EUA adoptem uma posição que lhes possa ser prejudicial. Assim, não seria de excluir a possibilidade de um regresso ao proteccionismo económico.
De um modo geral, as decisões do futuro presidente serão indissociáveis do interesse dos EUA. Não se espera portanto uma mudança radical no que diz respeito, por exemplo, globalização económica – não se esperando assim, um reforço significativo de instituições internacionais como o FMI, o Banco Mundial ou a OMC. Os americanos continuarão a ser iguais a si próprios, ou por outras palavras vão continuar a moldar tudo o que possam às suas necessidades. Só talvez a crise dos mercados financeiros possa implicar mudanças que, num passado recente, pareciam impossíveis.
Em matéria de política externa também não se espera uma mudança radical. A guerra do Iraque terá um fim, a questão do Irão mantém-se uma incógnita, o conflito israelo-palestiniano não tem para já uma possível solução. Talvez a forma de lidar com as potências emergentes mudará com Obama. As relações com a Venezuela, por exemplo, poderão seguramente melhorar e Barack Obama abandonará certamente o unilateralismo de Bush.
A grande diferença entre Obama e os seus predecessores, designadamente o ainda Presidente Bush, prende-se com a forma como lidará com os problemas – o diálogo poderá ser a pedra de toque da estratégia de Obama, contrariamente, ao que se tem passado nos últimos anos. Mas no essencial, os objectivos não serão radicalmente diferentes. Até porque é natural que um país que atingiu a hegemonia mundial, tudo faça para manter esse estatuto. Obama não vai contrariar essa tendência.
Em conclusão, a esperança é profusa, e ainda bem que é assim. Todavia, as expectativas também poderão ser demasiado elevadas. Apesar de tudo, a eleição de Barack Obama é uma excelente notícia para o mundo. Resta saber em que situação ficarão os profetas da desgraça sempre que se fala dos EUA. Reitero aquilo que tenho vindo a referir: por muito que tenhamos razões para criticar os EUA, temos ainda com este país mais em comum do que, por vezes, se diz. Aliás, a nossa tão apregoada superioridade sofreu um rombo clamoroso com esta eleição.
Em primeiro lugar, importa recordar que Obama terá como principal missão recuperar a força dos Estados Unidos, a nível internacional. Isso passa por regenerar a imagem que os EUA transmitem ao mundo, mas implica também recuperar uma posição estratégica que permita manter a actual ordem mundial; ou seja, garantir aos EUA a posição de superpotência mundial.
Em segundo lugar, recorde-se que a posição de superpotência é garantida através da supremacia militar, geoestratégica e, claro está, económica. A supremacia económica, na qual se engloba naturalmente a supremacia tecnológica, não permite que os EUA adoptem uma posição que lhes possa ser prejudicial. Assim, não seria de excluir a possibilidade de um regresso ao proteccionismo económico.
De um modo geral, as decisões do futuro presidente serão indissociáveis do interesse dos EUA. Não se espera portanto uma mudança radical no que diz respeito, por exemplo, globalização económica – não se esperando assim, um reforço significativo de instituições internacionais como o FMI, o Banco Mundial ou a OMC. Os americanos continuarão a ser iguais a si próprios, ou por outras palavras vão continuar a moldar tudo o que possam às suas necessidades. Só talvez a crise dos mercados financeiros possa implicar mudanças que, num passado recente, pareciam impossíveis.
Em matéria de política externa também não se espera uma mudança radical. A guerra do Iraque terá um fim, a questão do Irão mantém-se uma incógnita, o conflito israelo-palestiniano não tem para já uma possível solução. Talvez a forma de lidar com as potências emergentes mudará com Obama. As relações com a Venezuela, por exemplo, poderão seguramente melhorar e Barack Obama abandonará certamente o unilateralismo de Bush.
A grande diferença entre Obama e os seus predecessores, designadamente o ainda Presidente Bush, prende-se com a forma como lidará com os problemas – o diálogo poderá ser a pedra de toque da estratégia de Obama, contrariamente, ao que se tem passado nos últimos anos. Mas no essencial, os objectivos não serão radicalmente diferentes. Até porque é natural que um país que atingiu a hegemonia mundial, tudo faça para manter esse estatuto. Obama não vai contrariar essa tendência.
Em conclusão, a esperança é profusa, e ainda bem que é assim. Todavia, as expectativas também poderão ser demasiado elevadas. Apesar de tudo, a eleição de Barack Obama é uma excelente notícia para o mundo. Resta saber em que situação ficarão os profetas da desgraça sempre que se fala dos EUA. Reitero aquilo que tenho vindo a referir: por muito que tenhamos razões para criticar os EUA, temos ainda com este país mais em comum do que, por vezes, se diz. Aliás, a nossa tão apregoada superioridade sofreu um rombo clamoroso com esta eleição.
É verdade, hoje há esperança, hoje acreditamos que o mundo poderá ser melhor, hoje somos um pouco mais felizes do que éramos. No entanto, podemos continuar a ser felizes e esperançosos, mas não dispensado algum realismo. Não esquecer também que o mundo ansiava pela eleição de alguém que se tenha mostrado diferente do Presidente Bush. E Obama é diferente, não tanto pelas suas propostas, mas por aquilo que mostra ser.
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