A falência do banco de investimento Lehman Brothers representa uma viragem na política das instituições federais americanas. Desta vez, a Reserva Federal não se imiscuiu no processo de falência deste banco, com o objectivo de impedir que essa falência se concretizasse. Recorde-se que há poucas semanas, a Fed interveio através de mecanismos financeiros que têm implicações directas do dinheiro dos contribuintes americanos, salvando outras instituições de crédito. Desta vez foi o Banco Central Europeu a ver-se forçado a injectar no mercado 30 mil milhões de euros. O Lehman Brothers Holding acabou por provar do seu próprio veneno. Resta se as falências ficarão por aqui. Dificilmente.
Era inevitável que a Reserva Federal Americana – leia-se o Estado americano – cessasse as constantes tentativas de salvamento de bancos de investimento e de outras instituições financeiras. Aliás, esse comportamento do poder político reforça a tese de que a necessidade de regulação do mercado financeiro é imperativa, e retira credibilidade àqueles que continuam a insistir no aumento da liberalização dos mercados. De facto, não se pode ter credibilidade quando, por um lado se defende a liberalização dos mercados e a recusa da intervenção dos governos no funcionamento desses mercados; mas por outro lado, quando tudo corre mal é a esses governos que se recorre.
Esta história faz lembrar os jovens que declaram a sua independência e emancipação, mas quando necessitam continuam a recorrer aos pais. Mas desta vez, o pai, ou a mãe – o Governo norte-americano – ignorou essa necessidade de ajuda do Lehman Brothers, enviando um forte sinal ao mercado: se o mercado liberalizado funciona com tantos benefícios, deixa-se então esse mesmo mercado auto-corrigir-se, e se para isso for necessário que alguns bancos acabem por abrir falência, assim será, sem qualquer intervenção dos Estados.
Os próximos meses serão de correcção do mercado, e será também altura de se fazer um balanço sobre a forma de funcionamento dos mercados financeiros, num contexto de desregulação que, pelo que é possível avaliar, não é a melhor forma de fazer o mercado funcionar.
Além disso, poder-se-ia aproveitar a oportunidade de reflexão, para se analisar, sem tabus, a forma de enriquecimento obsceno de muito poucos, em detrimento da ostensiva perda de poder de compra de muitos. E de que forma a desregulação dos mercados não serve apenas o interesse de uma minoria que tem beneficiado do enfraquecimento do poder político. Caso contrário, reforça-se a tese de Marx segundo a qual o objectivo do capitalismo é aumentar os lucros de uma minoria à custa do decréscimo dos salários dos trabalhadores. Logo, segundo Marx, o grande objectivo seria precisamente o constante decréscimo dos salários dos trabalhadores.
De qualquer forma, e retomando o assunto da crise do mercado hipotecário americano, o Lehman Brothers faliu em larga medida graças aos investimentos de risco que não produziram qualquer valor, em particular no mercado imobiliário. Muitos americanos deixaram de pagar as casas e o mercado financeiro ficou com um problema grave: a falta de liquidez. A pergunta que se impõe é a seguinte: está ou não o mercado financeiro a necessitar de uma profunda reforma? A resposta será dada pelos especialistas.
Era inevitável que a Reserva Federal Americana – leia-se o Estado americano – cessasse as constantes tentativas de salvamento de bancos de investimento e de outras instituições financeiras. Aliás, esse comportamento do poder político reforça a tese de que a necessidade de regulação do mercado financeiro é imperativa, e retira credibilidade àqueles que continuam a insistir no aumento da liberalização dos mercados. De facto, não se pode ter credibilidade quando, por um lado se defende a liberalização dos mercados e a recusa da intervenção dos governos no funcionamento desses mercados; mas por outro lado, quando tudo corre mal é a esses governos que se recorre.
Esta história faz lembrar os jovens que declaram a sua independência e emancipação, mas quando necessitam continuam a recorrer aos pais. Mas desta vez, o pai, ou a mãe – o Governo norte-americano – ignorou essa necessidade de ajuda do Lehman Brothers, enviando um forte sinal ao mercado: se o mercado liberalizado funciona com tantos benefícios, deixa-se então esse mesmo mercado auto-corrigir-se, e se para isso for necessário que alguns bancos acabem por abrir falência, assim será, sem qualquer intervenção dos Estados.
Os próximos meses serão de correcção do mercado, e será também altura de se fazer um balanço sobre a forma de funcionamento dos mercados financeiros, num contexto de desregulação que, pelo que é possível avaliar, não é a melhor forma de fazer o mercado funcionar.
Além disso, poder-se-ia aproveitar a oportunidade de reflexão, para se analisar, sem tabus, a forma de enriquecimento obsceno de muito poucos, em detrimento da ostensiva perda de poder de compra de muitos. E de que forma a desregulação dos mercados não serve apenas o interesse de uma minoria que tem beneficiado do enfraquecimento do poder político. Caso contrário, reforça-se a tese de Marx segundo a qual o objectivo do capitalismo é aumentar os lucros de uma minoria à custa do decréscimo dos salários dos trabalhadores. Logo, segundo Marx, o grande objectivo seria precisamente o constante decréscimo dos salários dos trabalhadores.
De qualquer forma, e retomando o assunto da crise do mercado hipotecário americano, o Lehman Brothers faliu em larga medida graças aos investimentos de risco que não produziram qualquer valor, em particular no mercado imobiliário. Muitos americanos deixaram de pagar as casas e o mercado financeiro ficou com um problema grave: a falta de liquidez. A pergunta que se impõe é a seguinte: está ou não o mercado financeiro a necessitar de uma profunda reforma? A resposta será dada pelos especialistas.
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