
Além do mais, o Hamas é considerado um grupo terrorista e tem recusado reconhecer o Estado Israelita. É provável que a perda de apoio popular do movimento islâmico, e a possibilidade de eclosão de conflitos na Faixa de Gaza tenham sido determinantes para esta tomada de posição. Recorde-se que o Hamas tomou a Faixa de Gaza tornando a vida dos palestinianos, neste território, quase insustentável. A resposta de Israel ao lançamento sistemático de rockets contra o território israelita tem sido um bloqueio que inviabilizou qualquer qualidade de vida do povo palestiniano que está na Faixa de Gaza. Israel compromete-se a acabar o bloqueio e o fim dos ataques do Hamas ao território israelita. Abrem-se novamente as fronteiras.
Por outro lado, importa reconhecer a importância do Egipto que se empenhou veementemente na procura de uma resolução para o problema do conflito israelo-palestiniano. Os Estados Unidos e a União Europeia parece não terem sido particularmente relevantes, o que relança a certeza da importância do empenho de países de uma determinada região no processo de estabilização dessa mesma região.
Esta trégua poderá igualmente ser determinante para a aproximação das facções palestinianas e entre os territórios divididos – Cisjordânia e Faixa de Gaza, Autoridade Palestiniana e Hamas. Essa aproximação é essencial para que os territórios palestinianos possam retomar o caminho da paz na senda da construção de um Estado Palestiniano.
Saliente-se também que o Governo israelita abandonou a ideia de recusa de negociações com um movimento que é acusado de apoiar o terrorismo, enveredando por um caminho oposto. Apesar dos responsáveis israelitas recusarem a designação de processo de paz, reiterando a ideia de se tratar de um cessar-fogo, a verdade é que este pode ser, apesar do todo o pessimismo que rodeia este intrincado problema, o principio de um período onde vigore a paz e durante o qual seja possível levar a cabo um verdadeiro processo de paz. O sinal é, para já, positivo.
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