As imagens que chegam da África do Sul são demasiado desconcertantes para passarem sem um comentário. A onda de violência sobre imigrantes, oriundos em particular do Zimbabué, é inadmissível num país que ainda é uma referência para o continente africano. É por demais evidente que as autoridades sul-africanas têm demonstrado uma incapacidade assinalável em lidar com a criminalidade e a violência. Todos nos lembramos certamente da comunicação social mostrar o país assolado por uma criminalidade particularmente violenta.
Agora é a vez das televisões de todo o mundo mostrarem a desumanidade que tomou conta dos bairros pobres de Joanesburgo. Mas importa também referir que a falta de vontade política do governo sul-africano manifestada na resolução do problema do Zimbabué, tem consequências dramáticas que subjazem a esta onda de violência. De facto, os problemas económicos do Zimbabué levaram a que muitos zimbabueanos tivessem abandonado o país e rumado à África do Sul. Aliás, muitos cidadãos de países vizinhos da África do Sul escolhem este país para viver e trabalhar, fugindo deste modo à pobreza que tomou conta dos seus países. Talvez se as autoridades políticas da Africa do Sul tivessem mostrado mais empenho na resolução do problema do Zimbabué, nomeadamente com a presença insustentável de Mugabe, este problema com a imigração não teria ganho tamanhas proporções.
A pobreza de bairros periféricos da África do Sul não se ficará por aquilo que se conhece, particularmente quando o mundo atravessa um período difícil para as economias. A crise alimentar que ainda agora está começar tornará todas estas questões do desemprego, da pobreza, da imigração ainda mais na ordem do dia. Sendo certo que os responsáveis sul-africanos são acusados de não terem uma política para imigração, não é menos verdade que estamos perante problemas de desemprego e de pobreza que, na actual conjuntura, têm tudo para aumentar. Relembre-se que a África do Sul tem conhecido, ao longo destes últimos anos, um crescimento económico ainda assim significativo.
Aqueles sul-africanos que cometeram atrocidades inimagináveis e mostraram um desprezo repugnante por outros seres humanos, responsabilizam os imigrantes pela falta de emprego e pelo incremento da pobreza. Este cenário seguramente se repetirá noutros contextos e noutras alturas, em África e não só. Na Europa, por exemplo, cresce a adesão ao discurso xenófobo; e quanto maiores as dificuldades das pessoas, designadamente as dificuldades que se traduzem num retrocesso indelével do seu bem-estar social, maior será a adesão a ideias extremistas. Seja num contexto em que se mata à paulada, ou noutro em que se utiliza uma retórica que tenha implícita a ideia de que o mal vem invariavelmente de fora.
Agora é a vez das televisões de todo o mundo mostrarem a desumanidade que tomou conta dos bairros pobres de Joanesburgo. Mas importa também referir que a falta de vontade política do governo sul-africano manifestada na resolução do problema do Zimbabué, tem consequências dramáticas que subjazem a esta onda de violência. De facto, os problemas económicos do Zimbabué levaram a que muitos zimbabueanos tivessem abandonado o país e rumado à África do Sul. Aliás, muitos cidadãos de países vizinhos da África do Sul escolhem este país para viver e trabalhar, fugindo deste modo à pobreza que tomou conta dos seus países. Talvez se as autoridades políticas da Africa do Sul tivessem mostrado mais empenho na resolução do problema do Zimbabué, nomeadamente com a presença insustentável de Mugabe, este problema com a imigração não teria ganho tamanhas proporções.
A pobreza de bairros periféricos da África do Sul não se ficará por aquilo que se conhece, particularmente quando o mundo atravessa um período difícil para as economias. A crise alimentar que ainda agora está começar tornará todas estas questões do desemprego, da pobreza, da imigração ainda mais na ordem do dia. Sendo certo que os responsáveis sul-africanos são acusados de não terem uma política para imigração, não é menos verdade que estamos perante problemas de desemprego e de pobreza que, na actual conjuntura, têm tudo para aumentar. Relembre-se que a África do Sul tem conhecido, ao longo destes últimos anos, um crescimento económico ainda assim significativo.
Aqueles sul-africanos que cometeram atrocidades inimagináveis e mostraram um desprezo repugnante por outros seres humanos, responsabilizam os imigrantes pela falta de emprego e pelo incremento da pobreza. Este cenário seguramente se repetirá noutros contextos e noutras alturas, em África e não só. Na Europa, por exemplo, cresce a adesão ao discurso xenófobo; e quanto maiores as dificuldades das pessoas, designadamente as dificuldades que se traduzem num retrocesso indelével do seu bem-estar social, maior será a adesão a ideias extremistas. Seja num contexto em que se mata à paulada, ou noutro em que se utiliza uma retórica que tenha implícita a ideia de que o mal vem invariavelmente de fora.
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