A fome nunca foi um mal erradicado do mundo, persistindo teimosamente em várias regiões do mundo. Porém, a subida do preço dos alimentos rouba qualquer espaço de manobra a muitos milhões de habitantes de um planeta onde grassa o egoísmo, a ânsia pelo lucro e a mais abjecta iniquidade. A crise alimentar mundial que dá os seus primeiros sinais vai seguramente se traduzir num aumento insustentável de famintos.
Existe uma multiplicidade de razões para a escalada de preços dos produtos alimentares, mas há uma que é ignominiosa: a especulação e o consequente enriquecimento de alguns anónimos sem rosto que engordam os seus cabazes à custa do sofrimento de muitos. Sabe-se que o orçamento (se é que se pode chamar orçamento a pouco mais de um dólar por dia) de uma família em muitos países africanos já tinha como consequência a fome; tudo se torna impossível quando os preços dos alimentos básicos sobem ao ritmo a que têm subido. A sobrevivência poderá ser uma inviabilidade para muitos milhões de seres humanos.
Nestas circunstâncias, as revoltas, a violência e a guerra poderão voltar a instalar-se em regiões que ainda estão a tentar recuperar dessa conjuntura. O continente africano será certamente o mais afectado. Entretanto, o mundo Ocidental que se vangloria com os seus valores e princípios vazios de sentido, é fomentador de políticas que afundam estes países na pobreza, e ainda são coniventes com regimes corruptos que grassam pelo continente africano.
Se há quem afirme que a situação não é assim tão catastrófica, não é menos verdade que o aumento da fome é uma inevitabilidade, e também é consequência directa da hipocrisia reinante.
Por outro lado, Portugal não se encontra a salvo da fome, da pobreza e do sofrimento encapotados. Não é por acaso que se tem verificado um aumento do número daqueles que recorrem ao Banco Alimentar ou à Igreja em busca de alimentos. O Governo, quanto a esse problema, prefere ignorar. Não se ouve uma palavra dos responsáveis governativos sobre quem passa por dificuldades crescentes. Estas pessoas, para o Governo, não parecem existir.
Todavia, o Executivo de José Sócrates não pode esquecer que a pobreza que assola muitas famílias não é compaginável com o país moderno que é o apanágio do Governo. Nem tão-pouco se admite que um país que celebra os 34 anos de democracia, Estado-membro da União Europeia, possa ter nos seus recantos mais silenciosos, cidadãos sem ter o que comer, ou mal nutridos. Esse também é o país real que o primeiro-ministro prefere ignorar.
Não se admirem pois, os putativos representantes da República, que os portugueses sintam um distanciamento crescente em relação à política. O problema é que, de um modo geral, a política resume-se aos espectáculos na Assembleia da República, à promiscuidade entre políticos e grandes empresas privadas e está confinada à execução de políticas que resultam no agravamento da situação de muitos portugueses. Isto perante a passividade de uma classe política que passa grande parte do seu tempo com minudências e frivolidades. O país já não pode esperar mais.
Existe uma multiplicidade de razões para a escalada de preços dos produtos alimentares, mas há uma que é ignominiosa: a especulação e o consequente enriquecimento de alguns anónimos sem rosto que engordam os seus cabazes à custa do sofrimento de muitos. Sabe-se que o orçamento (se é que se pode chamar orçamento a pouco mais de um dólar por dia) de uma família em muitos países africanos já tinha como consequência a fome; tudo se torna impossível quando os preços dos alimentos básicos sobem ao ritmo a que têm subido. A sobrevivência poderá ser uma inviabilidade para muitos milhões de seres humanos.
Nestas circunstâncias, as revoltas, a violência e a guerra poderão voltar a instalar-se em regiões que ainda estão a tentar recuperar dessa conjuntura. O continente africano será certamente o mais afectado. Entretanto, o mundo Ocidental que se vangloria com os seus valores e princípios vazios de sentido, é fomentador de políticas que afundam estes países na pobreza, e ainda são coniventes com regimes corruptos que grassam pelo continente africano.
Se há quem afirme que a situação não é assim tão catastrófica, não é menos verdade que o aumento da fome é uma inevitabilidade, e também é consequência directa da hipocrisia reinante.
Por outro lado, Portugal não se encontra a salvo da fome, da pobreza e do sofrimento encapotados. Não é por acaso que se tem verificado um aumento do número daqueles que recorrem ao Banco Alimentar ou à Igreja em busca de alimentos. O Governo, quanto a esse problema, prefere ignorar. Não se ouve uma palavra dos responsáveis governativos sobre quem passa por dificuldades crescentes. Estas pessoas, para o Governo, não parecem existir.
Todavia, o Executivo de José Sócrates não pode esquecer que a pobreza que assola muitas famílias não é compaginável com o país moderno que é o apanágio do Governo. Nem tão-pouco se admite que um país que celebra os 34 anos de democracia, Estado-membro da União Europeia, possa ter nos seus recantos mais silenciosos, cidadãos sem ter o que comer, ou mal nutridos. Esse também é o país real que o primeiro-ministro prefere ignorar.
Não se admirem pois, os putativos representantes da República, que os portugueses sintam um distanciamento crescente em relação à política. O problema é que, de um modo geral, a política resume-se aos espectáculos na Assembleia da República, à promiscuidade entre políticos e grandes empresas privadas e está confinada à execução de políticas que resultam no agravamento da situação de muitos portugueses. Isto perante a passividade de uma classe política que passa grande parte do seu tempo com minudências e frivolidades. O país já não pode esperar mais.
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