Serão poucos aqueles que dedicam algum do seu tempo a ler programas de partidos políticos. André Ventura, do inenarrável "Chega", contou com essa displicência, chamemos-lhe assim. Isto até ao dia em que alguém efectivamente leu o programa e deitou por terra aquele populismo bacoco de quem se advoga defensor do cidadão comum, mas não passa de um populista de trazer por casa que abraça o fascismo como se de um parente próximo se tratasse.
Afinal de contas, o Chega defende o fim do SNS: "O Estado não pode ser prestador de bens e serviços no mercado da saúde, mas apenas um árbitro" e outras pérolas similares.
Ora, não gostam do programa? Esconda-se o programa! Terá sido este o primeiro passo do tal Ventura. E como isso não resultou - a comunicação social insistiu em fazer perguntas - mude-se então o programa! "Uma clarificação em sentido inverso ao que é o espírito do partido".
Em rigor o programa do Chega não acrescenta nada de novo, apenas vem confirmar aquilo que sempre se soube: a extrema-direita e o neoliberalismo tocam-se intimamente. Mesmo que se finja outra coisa em "sentido inverso". Aprenda-se!
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