O capitalismo selvagem, filho do neoliberalismo, quando ameaçado reage abruptamente, como qualquer besta. Perante o fim da guerra fria, e com afirmações apoteóticas de derrota do comunismo, criou-se a ilusão de que o caminho estava aberto para que o capitalismo florescesse sem qualquer oposição. Não se contou com quem ficava de fora de tanto sucesso; não se contou com a esmagadora maioria que luta para sobreviver no dia-a-dia; não se contou com o ataque, sem pudor, da ínfima minoria endinheirada aos recursos; nem tão-pouco se contemplou o grau de destruição que esse capitalismo infligiu ao planeta, aproximando-nos perigosamente do cataclismo.
Perante as parcas vitórias de quem não se vergou ao neoliberalismo, este reage, violentamente e recorre, se necessário, aos mais infames dos infames para salvaguardar os seus interesses.
Assim, assistimos ao regresso dos fascistas, mais ou menos disfarçados, com maior ou menor fervor religioso, ao serviço desse neoliberalismo, como se vê, com particular intensidade América do Sul.
De uma coisa podemos estar certos, o neoliberalismo, perante as ameaças de enfraquecimento, reagirá, destruindo o que estiver no seu caminho: democracias, planeta, futuro.
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