Urgências fechadas; profissionais de saúde exaustos; doentes desamparados e um Serviço Nacional de Saúde que nunca recuperou verdadeiramente dos cortes efectuados durante o tempo da troika. É este o cenário do SNS pós-eleições
Em rigor, o Governo do Partido Socialista, profundamente empenhado em cumprir as metas impostas pela UE, limitou-se a gerir o que restava, sem nunca ter voltado a fazer um investimento no SNS digno desse nome. Existiram alguns remendos, muito por força dos partidos que apoiarem a anterior solução governativa, mas tudo claramente insuficiente.
Agora, sozinho, o Governo do PS, ainda profundamente dedicado à tarefa de agradar às hostes europeias, continua a mesma política de investimentos parcos e pontuais, com as consequências que estão à vista de todos aqueles que, por azar da vida, têm de recorrer a estes serviços.
Ora, será escusado lembrar a importância que o SNS tem, presumivelmente, para o Partido Socialista que sempre reivindicou orgulhosamente a paternidade do SNS. É evidente que esse orgulho simplesmente não pode existir hoje; nem orgulho, nem tão-pouco vontade de mudança porque o realmente interessa é sentir-se abençoado por um Europa tecnocrata e egoísta. Assim como é evidente que o desaparecimento da "geringonça" deixa o Partido Socialista mais livre para se voltar a deitar com os privados que, também neste particular, cada vez escondem menos a sua voracidade e são esses privados que, na ausência ou fragilidade de soluções, aparecem como a alternativa, mesmo que amiúde nem sequer o consigam ser. Seja como for, o facto é que a fome dos privados não se compadece com um SNS forte e o PS não será o partido capaz de fazer frente a essa voracidade, muito pelo contrário.
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