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Um Governo livre da geringonça

António Costa, confiante que não terá bloqueios inultrapassáveis por parte da esquerda e até por parte do PSD de Rui Rio, sentiu a liberdade de formar um governo como bem entende, agradando, naturalmente, a filhos e enteados do PS.
Costa é, aparentemente, um optimista e contará precisamente com a tal inexistência de bloqueios inultrapassáveis por parte dos partidos à sua esquerda, designadamente Bloco de Esquerda e PCP, por ser preferível um governo socialista com laivos de esquerda do que um governo de direita; e do PSD, liderado por Rui Rio, presumivelmente social-democrata, e que, apesar de por vezes espernear, aprecia também piscar o olho às políticas menos à esquerda de Costa.
Em rigor, será precisamente a gestão desses dois universos - direita e esquerda no Parlamento - que Costa procurará fazer, em direcção aos equilíbrios possíveis.
Para já, Costa mostra estar à vontade para criar o seu primeiro governo sem a geringonça, deixando alguns sinais menos positivos, no que diz respeito às escolhas, para a esquerda.

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