O sonho do PS de uma maioria absoluta parece estar posto de parte, pelo menos a julgar pelas sondagens. Apesar de um inicio promissor, bastaram os primeiros dias da campanha eleitoral para o Partido Socialista começar a sentir que uma maioria absoluta não passava de um mero sonho. Já não resta uma empresa de sondagens que avance com essa possibilidade.
As causas serão diversas: Rui Rio conseguiu a proeza de recuperar, mesmo quando todos o consideravam politicamente acabado; o líder do PS e primeiro-ministro desfilou juntamente com os seus alegados sucessos, mas projectos para futuro tudo se torna mais difícil; o PS, pela boca de proeminentes figuras do partido, achou por bem denegrir os partidos que viabilizaram a solução que lhes permitiu governar, deixando um intenso pivete a ingratidão; e existem aqueles que, aproximando-se o acto eleitoral, regressam às origens votando em partidos em que sempre votaram, o PSD será provavelmente o que mais beneficiará com essa escolha, nada surpreendente, de última hora.
Em suma, o sonho de uma maioria absoluta não passará disso mesmo, de um sonho. Mais: as últimas sondagens indicam que o resultado do PS exigirá acordos com partidos como o Bloco de Esquerda ou o PCP, quando se chegou a pensar que o PAN seria suficiente. O sonho de uma maioria absoluta transforma-se assim numa realidade não muito diferente daquela dos últimos 4 anos.
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