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O prenúncio de um desastre à direita

A campanha para as eleições de 6 de Outubro já está na rua, mas ninguém, à direita, consegue esconder o desastre que se anuncia. E nem sequer é necessária muita atenção para se perceber o peso que esmaga ambas as candidaturas, a do CDS e sobretudo a do PSD.
Assunção Cristas, sem saber para que lado se virar desde que Rio assumiu a liderança do PSD, procura assegurar que não perde votos. Convencida de que o CDS estará longe de aumentar o número de votos, tudo se resume agora a não perder e, sobretudo, a não perder por muito.
Rui Rio, por sua vez, incapaz de se fazer sequer compreender, vai piscando o olho ao Partido Socialista, convencido que essa será a sua derradeira hipótese de conservar o lugar. No entanto, é também evidente que Rio não se manterá na liderança do PSD em qualquer um dos casos: o de perder clamorosamente as eleições e aquele ainda menos provável que seria uma hipotética aliança com o PS. A primeira hipótese dispensa fundamentação e a segunda prende-se com a mais do que óbvia insatisfação das hostes sociais-democratas, sobretudo entre os apaniguados de Passos Coelho e do seu liberalismo de trazer por casa que nunca olhariam com bons olhos para uma aliança com o PS.
Cereja em topo do bolo: sondagens e os estragos que as mesmas podem fazer em candidaturas gastas e condenadas como são aquelas do CDS e PSD.
Consequentemente, apenas se consegue vislumbrar um desastre no horizonte. Até lá, Cristas estará a rezar para que o CDS não se transforme no partido da trotinete e Rio para que o resultado do PSD não fique abaixo de uns humilhantes 20 por cento.

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