O museu, melhor dizendo, centro interpretativo do Estado Novo, já provoca um estranho fascínio, mesmo antes de abrir, mesmo enquanto mero projecto.
De repente são muitos os que vem a público defender a importância de um museu sobre Salazar - por muito que os responsáveis pelo projecto se desdobrem em entrevistas alegando o contrário, a verdade é que a localização mostra-nos boa parte da intenção. De resto, a insistência com a localização e o entusiasmo do autarca de Santa Comba Dão são particularmente elucidativos.
Confesso que é surpreendente a existência de tantos a clamarem pelas liberdades e pela importância da História. Será um renascimento para estes assuntos ou será que se perdeu o pouco que restava de vergonha em esconder o fascínio com Salazar, uma criatura carregada de mitos? Seguramente não se trata de um mero interesse em conhecer as décadas negras de Estado Novo, para isso há muito por onde se informar, não será necessário mais um museu.
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