Sob a ameaça de recessão, alguns
comentadores decidiram ressuscitar a imagem do Diabo tão apregoada
pelo malogrado (politicamente) Pedro Passos Coelho. Segundo o antigo
primeiro-ministro o Diabo estava a caminho e seria a ruína da tão
odiada geringonça. Note-se que este profecia do Diabo era mais um
desejo do que propriamente mera futurologia.
Agora
e perante uma Alemanha a roçar perigosamente a recessão, perante as
restantes economias europeias com um crescimento económico perto do
zero, face ao resto do mundo, com a China à cabeça, a crescer muito
menos e com uma guerra económica entre EUA e China como pano de
fundo, desenterra-se o Diabo.
Na
verdade, o Diabo não precisa que as marionetas do costume o
desenterrem. Na verdade, ele já anda aí e há muito tempo, chama-se
capitalismo. Ele não vem, ele já cá está, entre os crescimentos e
as crises, entre os crescimentos cada vez mais irrisórios e à custa
do próprio planeta, mas com ares de verdadeira recuperação por se
seguirem a crises profundas.
Vivemos
sob a batuta do Diabo e pior: já nem sequer conseguimos sonhar uma
vida sem ele, havendo sempre quem se mostre disposto a dançar
alegremente sob essa batuta.
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