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Um desastre climático por semana

A frase em epigrafe foi proferida por Mami Mizoturi, representante especial do secretário-geral da Organização das Nações Unidas - "um desastre climático por semana". Torna-se impossível não perceber a gravidade das alterações climáticas quando o ritmo dos desastres climáticos é tão acelerado.
Ora, este responsável acrescenta ainda que "as alterações climáticas não são do futuro, acontecem hoje". Isto depois do próprio secretário-geral das Nações Unidas ter feito capa da Time dentro de água, desalentado. O desespero é evidente.
A estratégia sugerida passa, desde já, por mais investimento em infra-estruturas, ou seja procurarmos uma adaptação às mudanças. Já.
No meio de cenários tão desoladores, encontramos ainda assim uma boa notícia: a cada vez maior visibilidade e assimilação do problema, o que implicará uma maior pressão, uma militância mais acérrima e uma maior exigência de uma inexorável mudança.
Está a chegar o dia em que líderes como Trump deixem de negar o problema - as evidências tornaram-se demasiado profusas. E mesmo que a maior parte dos incidentes ainda não entre nas agendas mediáticas, o facto do Alasca atingir temperaturas nunca vistas ou de algumas regiões indianas, que atingiram os 50 graus centígrados, se tornarem inabitáveis são elementos suficientemente inquietantes e irrefutáveis.
No entanto, o discurso dos Trumps deste mundo poderá mudar qualquer coisa, com o claro objectivo de ganhar eleições, mas as suas políticas manter-se-ão tão ou mais nefastas.

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