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A sanha persecutória das Finanças

A Autoridade Tributária e Aduaneira, vulgo Finanças, é incapaz de controlar o seu ímpeto para cobrar impostos a torto e a direito, justificando-se falar em sanha persecutória sobre os contribuintes.
A máquina fiscal, pouco oleada mas manobrada por gente sôfrega pela cobrança, deleita-se com a criação de novas formas de cobrar impostos, não deixando nada a dever à imaginação mais fértil.
Assim, assistimos à cobrança de impostos em rotundas ou a sugestão de fiscalização de casamentos e baptizados.
Ora, num país onde uma minoria endinheirada e influente escapa a essa sanha, sob pretexto de dificuldades técnicas que não aparentemente não se verificarão na cobrança e fiscalização dos pequenos contribuintes, e onde uma esmagadora maioria sente a mão de ferro das Finanças, dura na cobrança e irresponsável nas devoluções, resta apenas o ridículo. Esse ridículo enfraquece aquilo que deve ser a seriedade de um serviço do Estado.
O Governo, designadamente o ministro das Finanças, deve deixar de olhar com tanto fervor para o Eurogrupo e pensar que a imagem das Finanças, também conhecida pelo infeliz nome de "Autoridade Tributária e Aduaneira", é demasiado importante para ficar nas mãos daqueles funcionários, mais papistas do que o próprio Papa, e que, infelizmente, julgam dar um importante contributo, senão mesmo decisivo.

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