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"A batalha das nossas vidas"

António Guterres, por ocasião de uma visita a Tuvalu, na Polinésia, deixou-se fotografar para a capa da revista Time, apelando à urgência do combate às alterações climáticas. Na capa vê-se o secretário-geral das Nações Unidas com água até aos joelhos e com um olhar que denota profunda inquietação.
Guterres coloca as Nações Unidas na linha da frente deste combate, procurando influenciar a opinião pública para que esta obrigue os governos "a mudar".
A posição adoptada por Guterres tem o condão de colocar a questão no contexto político, ao invés da bitola costumeira de colocar o ónus no comportamento individual. O problema atingiu uma dimensão que vai muito para além disso, tornando-se urgente centrá-la e colocá-la no contexto correcto: na política e sobretudo na política dos cidadãos e não da influência dos lobbies e das grandes multinacionais. E este é um desafio colossal, tendo em consideração a forma como a política está presa a esses lobbies.
No entanto, é responsabilidade de cada um de nós colocar a agenda ecológica no topo das prioridades e escolher quem verdadeiramente se empenhe nessa luta, longe, muito longe das influências do costume.
Guterres está coberto de razão: é imperativo "fazer com que as lideranças mundiais percebam que esta é a batalha das nossas vidas".

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