Foi precisamente um tiro de canhão
que Assunção Cristas deu no próprio pé. Primeiro deixou que o seu
partido se colocasse junto do PSD e dos partidos à esquerda do PS na
questão do descongelamento do tempo integral do tempo de serviço
dos professores, e agora volta atrás, colocando a possibilidade de
votar contra. Depois de uma manobra que rapidamente se percebeu ser
desastrosa, Cristas procura agora emendar a mão, mas a verdade é
que já não sobre muito para emendar. Resta agora esperar por Rui
Rio que só falará hoje (domingo).
Não
faltará muito para se começar a colocar em questão a própria
liderança do CDS, provavelmente esse tempo será o subsequente ao
resultado das eleições europeias e para os mais ponderados, depois
das legislativas.
Não
faltará muito, pois, para se olhar novamente para o táxi como
habitat natural do CDS. De resto, esta manobra do partido é apenas o
último estertor de uma liderança que para não destoar do outro
partido de direita, tem-se revelado um mar de inanidade. Esta
direita, infelizmente para a própria democracia, tem muito pouco
para oferecer para além de pequenas lições de agricultura,
designadamente no âmbito da metafísica das couves e da sua
plantação, ou através do simples desfilar de uma vacuidade
dilacerante.
Portanto,
resta à actual liderança do CDS procurar o que sobra depois de ter
dado um tiro de canhão no pé. Entretanto já se ouve a risota de
Santana Lopes, como música desta verdadeira ópera-bufa em que se
transformou a direita portuguesa.
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