Problema: aumento significativo de passageiros em consequência da redução do preço dos passes.
Resolução: retirada de bancos no interior das carruagens para libertar espaço para o transporte de gado, perdão, de pessoas.
Na
prática: transporte a todo o custo, sem qualquer preparação nem cuidado
pelos passageiros. Largas dezenas de pessoas em pé em carruagens que
parece transportarem seres humanos numa metade, e animais na outra,
durante meia-hora, 45 minutos ou até 1 hora.
Perante o
considerável aumento de passageiros a resposta não passa pelo aumento da
oferta (comboios e carruagens), mas sim pela eliminação de lugares
sentados.
Tudo isto depois da Fertagus receber mais de 100
milhões de euros dos contribuintes a título de compensação no âmbito de
uma parceria público-privada.
Exmos Senhores,
Começo por dar os parabéns à Fertagus pela iniciativa de se especializarem no transporte de gado, em pé e ao monte.
Vem
isto na sequência da retirada dos bancos com o objectivo de libertar
espaço. E V. Exas abstenham-se de estabelecer paralelismos com outros
meios de transporte, designadamente com o metropolitano, cujas viagens
são de 5 e 10 minutos e não meia hora e uma hora.
V. Exas
receberam mais de 100 milhões em compensações no âmbito de uma parceria
público-privada e o aumento de passageiros que agora se verifica, apesar
da redução do preço dos passes (compensados pelo Governo), traduz-se
naturalmente no aumento de receita.
Não há desculpa para o transporte de pessoas como se de animais se tratassem.
De
resto, e como V. Exas bem sabem, transportar pessoas sem respeito pela
segurança, conforto e dignidade lembra-nos tempos mais obscuros.
Sem outro assunto,
Ana Gonçalves
P.S.
Declaração de interesses: Há 11 anos que viajo diariamente na Fertagus.
Este email será também enviado para vários órgãos de comunicação social
a quem se sugere que verifiquem as novas condições de transporte e
para a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes.
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