Em entrevista, Marcelo Rebelo de Sousa deixou alguns avisos
relativamente à ascensão de forças políticas populistas com potencial
autoritário e, embora ele próprio não seja um estranho ao populismo, fez
bem em salientar os perigos que se avizinham para a Europa e para
Portugal.
O Presidente disse-o bem: em Portugal os
partidos políticos à esquerda do PS, o próprio PS, PSD e CDS têm
conseguido travar as derivas populistas que surgem, no entanto existem
alguns sinais inquietantes que não podem ser ignorados.
Marcelo
ao referir a importância dos partidos reforça também a responsabilidade
que esses partidos têm que; uma responsabilidade que, por vezes, é
esquecida como a polémica das nomeações familiares no seio do Governo
bem demonstra.
E se por um lado todos os avisos são
poucos, a referida responsabilidade destes partidos é cada vez maior.
Não existe melhor antídoto contra o populismo e contra as derivas
autoritárias do que partidos democráticos estáveis e comprometidos com a
democracia.
Infelizmente na Europa muitos desses partidos
já perderam demasiadas batalhas desta guerra que está a destruir as
democracias e que medra num contexto de ignorância e informação
fragmentada. Em Portugal, e apesar das crises devastadoras, os partidos,
com altos e baixos é certo, têm conseguido resistir. Todavia, todo o
cuidado é pouco, e o PS, mostrando-se tão próximo do nepotismo, dá
passos em falso enquanto uma direita vazia de ideais aproveita tudo o
que lhe cai no colo.
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