O país mediático está refém dos graus de parentesco. Cavaco Silva está refém de problemas de memória, vamos partir do pressuposto de que se trata de um problema clínico e não a simples mentira.
Ora, a comunicação social só agora percebeu que existem relações familiares no seio dos Governos, sendo certo que, na ausência de ideias concretas, resta aproveitar as relações familiares deste Governo, até à última gota, até ao último grau de parentesco. É perante este cenário que Cavaco Silva deixa o convento para não só criticar um Governo que ele teve de dar posse, mas que abomina, como veio a público afirmar que nos seus três governos não existiram essas mesmas relações. As capas do defunto jornal "Independente" vieram lembrar a todos as nomeações de não uma, nem sequer duas, mas quinze mulheres de ilustres ministros de Cavaco, como Marques Mendes, Durão Barroso ou o ainda mais ilustre Dias Loureiro.
Por um lado concluímos que o país político é manifestamente pobre, com uma comunicação social incapaz de encontrar mais temas mediáticos, até porque as suas agendas amiúde não o permitem; por outro, torna-se claro que o ex-Presidente Cavaco Silva não perdeu a sua malícia, mas ganhou evidentes problemas de memória que devem preocupar a família e o seus médicos. O que país viu foi um constrangedor tiro no pé do próprio,
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