Independentemente da legitimidade dos grevistas, que não coloco em
causa, a verdade é que com a greve dos motoristas de matérias perigosas
salta à vista um país vulnerável. E apesar dos mecanismos ao dispor do
Governo em caso de emergência, a verdade é que Portugal, num ápice, fica
refém de um grupo profissional. Repito: esta conclusão não invalida a
legitimidade de quem faz greve.
Em escassos dias,
passou-se a olhar para o fundo dos depósitos. Fica-se com a ideia de que
também neste particular vivemos sempre no limite, sem estratégia,
apenas no limite.
Não deixa de causar alguma inquietação perceber que numa tarde instala-se o pânico e acaba-se o combustível.
Em
suma, esta greve, independentemente da sua legitimidade, coloca em
evidência um país cuja única estratégia parece ser a de viver no limite.
É necessária uma reflexão, sobretudo num país que preferiu o automóvel a
tudo o resto.
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