Caracterizado por ser um populista "leve" ou "benigno", sem nunca evidentemente deixar de ser populista, Marcelo Rebelo de Sousa lá vai fazendo o seu caminho até à reeleição, como quem não quer a coisa, entre selfies em funerais, verdades, mentiras e desmentidos e um puritanismo a toda prova. Marcelo lá vai cuidando do povo. Marcelo lá vai dominando o povo.
Todavia, as últimas semanas não foram as mais felizes, sobretudo depois de director da Polícia Judiciária Militar e chefe de gabinete do ministro da Defesa dizerem uma coisa, enquanto Marcelo diz o seu contrário e depois ainda de mais uma manifestação de populismo bacoco, elaborando uma lei que impede a nomeação de familiares em Belém até quase à reencarnação - até ao sexto grau, melhor dizendo - tudo para provar o seu carácter impoluto e as suas melhores intenções. Tudo para mostrar que ele estará sempre um passo à frente no que diz respeito à ética. Assim, como mostra estar um passo à frente no ridículo. É que os populistas têm disto: na ânsia de mostrarem o quanto protegem o povo, o quanto amam o povo e quanto são predestinados a cuidar do seu povo, caem amiúde no ridículo. O tal povo que costuma dizer que o ridículo mata. Mas não para Marcelo. Não para já.
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