A polémica em torno de Neto de Moura e o consenso
gerado contra o inefável juiz funcionará como antídoto contra outros que
possam proceder de forma semelhante, sobretudo nos tribunais. Ou seja,
depois de Neto Moura poucos ousarão desprezar as vítimas de violência
doméstica.
Quanto à figura em questão ela voltará à sua insignificância, a mesma que o empurra para o lado mais abjecto da vida.
Fica,
no entanto, por um lado o tal antídoto - poucos ousarão fazer o mesmo
que Neto de Moura fez - e por outro este juiz e a sua ignomínia deram um
dos mais fortes contributos para que a sociedade censure de forma
particularmente acutilante os crimes contra as mulheres, sobretudo em
contexto de violência doméstica.
Em suma, ao juiz e aos
crimes em questão coube-lhes em sorte uma forte censura e um raro
consenso por parte da sociedade. Não seria exactamente o que o juiz
teria em mente, mas na verdade ninguém está interessado no que vai na
mente de Neto de Moura, até porque a Idade Média já lá vai.
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