Os principais partidos empenham-se na apresentação de candidatos às eleições europeias, com os respectivos líderes a devotarem o seu apoio aos candidatos. António Costa, Rui Rio, Catarina Martins, Jerónimo de Sousa e Assunção Cristas desdobram-se em iniciativas que promovam os candidatos a deputados europeus.
O interesse dos eleitores é diametralmente oposto ao interesse dos candidatos e dos respectivos líderes. As eleições para o Parlamento Europeu não suscitam grande interesse junto do eleitorado que vê a Europa como estando muito longe de defender os interesses da periferia e os candidatos como príncipes de Estrasburgo.
Os candidatos ao Parlamento Europeu não parecem dispostos a lutar por uma mudança generalizada de percepção colectiva. Aparecem profusamente, sorrindo ao lado de quem manda nos partidos, com muito pouco ou nada para dizer e, sobretudo, sem nada a acrescentar a um cenário europeu desolador - um contexto marcado pelo afastamento incomensurável de cidadãos e seus representantes políticos. E é neste vazio de ideias que chafurda o populismo e a extrema-direita.
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