A moção de censura apresentada pelo CDS, e que teve a feliz coincidência de cair na mesma altura em que se soube qual o papel da líder do CDS, Assunção Cristas, no polémico processo de venda do antigo pavilhão atlântico ao genro de Cavaco Silva, resultou, como todos sabiam, numa mão cheia de nada.
O CDS conseguiu apenas fazer uma triste figura de si próprio e nem a ideia veiculada de que esta estratégia bacoca poderá afectar negativamente o PSD parece fazer qualquer espécie de sentido. A única coisa que o CDS conseguiu foi cair no ridículo de apresentar a tal moção cheia de nada, condenada à nascença e a parcos meses de períodos eleitorais.
O PS saiu reforçado e o apoio dos restantes partidos mais à esquerda, apesar dos inegáveis altos e baixos, não sofreu de forma alguma alteração. Ou seja, a "esquerdas radicais" irredutivelmente junto do PS.
Resta uma liderança do CDS marcada pela vacuidade onde não existe verdadeiramente oposição capaz de enfrentar Cristas e para a qual a maior ameaça - Nuno Melo - procura um lugar na Europa, apesar de, depois de conseguir a eleição, não manifestar particular vontade de ficar, isto a julgar pelas faltas que o Eurodeputado, sem qualquer espécie de pudor, vai dando.
Por conseguinte, tratou-se da tal moção cheia de nada, inconsequente, e que pouco afectará o partido cuja imagem não é particularmente apelativa.
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