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O mais beato dos beatos

O Presidente da República enquadra-se nos mais beatos dos beatos e daí não viria mal ao mundo, ou pelo menos a Portugal, se Marcelo Rebelo de Sousa não misturasse alhos com bugalhos, leia-se, beatice com a República laica, naturalmente.
A última pérola prende-se com a excitação de Marcelo relativamente à vinda do Papa a Portugal e a frase que postula que ele - Marcelo - recandidata-se ao cargo por se quem melhor pode desempenhar a tarefa de receber o Papa. Para além da frase denotar uma megalomania do Presidente mostra também a referida excitação que Marcelo não consegue conter nem em nome do Laicismo. É evidente também que num país constituído por número significativo de outros beatos, a frase, a promessa e o axioma causam impacto particularmente positivo.
Lamentavelmente, Marcelo encontra-se imune a quaisquer críticas que belisquem este seu modo de ser que confunde as funções de mais alto magistrado da nação com a de beato. E seja como for, essa recandidatura, prometida com base na promessa de que se encontra em melhores condições para receber o representante de Deus na terra, está ganha, com mais ou menos afectos, com mais ou menos vacuidade, com maior ou menor patrocínio divino.

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