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O estranho caso do fascínio da comunicação social com a Aliança

O estranho caso do fascínio da comunicação social com a AliançaAs sondagens indicam que o recém-criado partido Aliança não passará dos 3% das intenções de voto. Outros partidos atingem ou andam perto desse valor irrisório e não contam com o tempo de antena e páginas de jornais que a Aliança conta. Dir-se-á que a razão prende-se naturalmente com Santana Lopes, por se tratar de uma figura mediática que já ocupou cargos relevantes e que até já foi primeiro-ministro. Ainda assim, este seu partido é uma insignificância no cenário político. De resto, tomara a outros partidos contarem com tanta atenção.
Este estranho fascínio não se justifica apenas com a figura que criou o partido, é mais, muito mais do que isso. A direita anda de rastos, dividida entre os que vêem esperança em Rio e aqueles que sonham com o D. Sebastião de Massamá. Pelos intervalos está Assunção Cristas e a mais gritante vacuidade, levada ao colo pela mesma comunicação social que, desesperada por um novo fôlego da direita, olha embevecida para figuras gastas como Santana Lopes.
Este estranho caso do fascínio da comunicação social com a Aliança só se explica com a situação de desespero a que chegaram os arautos da direita: neste cenário desolador tudo o que aparecer é bem-vindo, até Pedro Santana Lopes.

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