A moção de censura que será apresentada pelo CDS é nada mais, nada menos, do que uma prova de vida de uma direita que não sabe muito para onde ir. A escassos meses de eleições (europeias e legislativas) e perante a incapacidade de fazer uma oposição inteligente, a direita não tem muitos caminhos para além daquele que serve para mostrar que está, de alguma forma, viva.
No caso concreto do CDS, torna-se cada vez mais visível a incapacidade do partido de cavalgar no insucesso do PSD e nem a visibilidade facultada pela comunicação social, designadamente pelas televisões, é suficiente para fazer crescer o partido.
Nestas circunstâncias e a escassos meses de eleições, Cristas arrisca aquilo que considera ser um trunfo, mas cujo efeito, mesmo contando com os votos favoráveis do PSD, é perfeitamente nulo. A moção de censura está condenada à nascença por não contar com votos suficientes para ser aprovada e aproxima-se vertiginosamente do ridículo tendo em conta a aproximação do tal período eleitoral e a fragilidade da fundamentação.
Mas Cristas não terá de facto muitas janelas de oportunidade. Afinal de contas, o seu lugar não está assim tão garantido e ela não poderá continuar a enviar Nuno Melo para a Europa, esperando que ele por lá se mantenha. Para sempre. Desde logo porque a levar em conta o absentismo do eurodeputado podemos inferir que o mesmo não aprecia o lugar.
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