Avançar para o conteúdo principal

Moção de censura

A moção de censura que será apresentada pelo CDS é nada mais, nada menos, do que uma prova de vida de uma direita que não sabe muito para onde ir. A escassos meses de eleições (europeias e legislativas) e perante a incapacidade de fazer uma oposição inteligente, a direita não tem muitos caminhos para além daquele que serve para mostrar que está, de alguma forma, viva.
No caso concreto do CDS, torna-se cada vez mais visível a incapacidade do partido de cavalgar no insucesso do PSD e nem a visibilidade facultada pela comunicação social, designadamente pelas televisões, é suficiente para fazer crescer o partido.
Nestas circunstâncias e a escassos meses de eleições, Cristas arrisca aquilo que considera ser um trunfo, mas cujo efeito, mesmo contando com os votos favoráveis do PSD, é perfeitamente nulo. A moção de censura está condenada à nascença por não contar com votos suficientes para ser aprovada e aproxima-se vertiginosamente do ridículo tendo em conta a aproximação do tal período eleitoral e a fragilidade da fundamentação.
Mas Cristas não terá de facto muitas janelas de oportunidade. Afinal de contas, o seu lugar não está assim tão garantido e ela não poderá continuar a enviar Nuno Melo para a Europa, esperando que ele por lá se mantenha. Para sempre. Desde logo porque a levar em conta o absentismo do eurodeputado podemos inferir que o mesmo não aprecia o lugar.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Mais uma indecência a somar-se a tantas outras

 O New York Times revelou (parte) o que Donald Trump havia escondido: o seu registo fiscal. E as revelações apenas surpreendem pelas quantias irrisórias de impostos que Trump pagou e os anos, longos anos, em que não pagou um dólar que fosse. Recorde-se que todos os presidentes americanos haviam revelado as suas declarações, apenas Trump tudo fizera para as manter sem segredo. Agora percebe-se porquê. Em 2016, ano da sua eleição, o ainda Presidente americano pagou 750 dólares em impostos, depois de declarar um manancial de prejuízos, estratégia adoptada nos tais dez anos, em quinze, em que nem sequer pagou impostos.  Ora, o homem que sempre se vangloriou do seu sucesso como empresário das duas, uma: ou não teve qualquer espécie de sucesso, apesar do estilo de vida luxuoso; ou simplesmente esta foi mais uma mentira indecente, ou um conjunto de mentiras indecentes. Seja como for, cai mais uma mancha na presidência de Donald Trump que, mesmo somando indecências atrás de indecências, vai fa

Outras verdades

 Ontem realizou-se o pior debate da história das presidenciais americanas. Trump, boçal, mentiroso, arrogante e malcriado, versus Biden que, apesar de ter garantido tudo fazer  para não cair na esparrela do seu adversário, acabou mesmo por cair, apelidando-o de mentiroso e palhaço.  Importa reconhecer a incomensurável dificuldade que qualquer ser humano sentiria se tivesse que debater com uma criança sem qualquer educação. Biden não foi excepção. Trump procurou impingir todo o género de mentiras, que aos ouvidos dos seus apoiante soam a outras verdades, verdades superiores à própria verdade. Trump mentiu profusamente, até sobre os seus pretensos apoios. O sheriff de Portland, por exemplo, já veio desmentir que alguma vez tivesse expressado apoio ao ainda Presidente americano. Diz-se por aí que Trump arrastou Biden para a lama. Eu tenho uma leitura diferente: Trump tem vindo a arrastar os EUA para lama. Os EUA, nestes árduos anos, tem vindo a perder influência e reputação e Trump é o ma

Normalização do fascismo

O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância. Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um pa