Depois de mais um retrocesso no processo de saída do Reino Unido da União Europeia, colocam-se agora mais cenários, incluindo a saída da primeira-ministra Theresa May, e nenhum resolverá o que quer que seja. Para já sobreviveu a uma moção de censura.
Recorde-se que na Câmaras dos Comuns May apenas contou com o voto favorável de 202 votos, contra 432.
Os cenários em cima da mesa incluem a saída da primeira-ministra, como já se disse; uma solução copiada da Noruega, com acesso ao mercado único, mas sem pertença à união aduaneira; renegociar um novo acordo, cenário altamente improvável desde logo porque a UE não está disponível; insistir no mesmo acordo; sair sem acordo ou fazer novo referendo. O grau de inexequibilidade destes cenários é incomensurável.
E como se tudo não fosse suficientemente negativo, há ainda o contexto internacional em que o maior aliado do Reino Unido - os EUA - contam na sua liderança com quem não merece qualquer confiança. O maior aliado do Reino Unido é hoje volátil, como nunca havia acontecido. Pelo caminho, assistimos à ascensão da China e de tentativas no mesmo sentido por parte da Rússia. E é neste contexto que o Reino Unido considera estar melhor fora da UE? O saudosismo por um passado que já não existe misturado com uma ingenuidade na análise do presente e do futuro deu o seu contributo para este desastre de seu nome Brexit.
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