Trata-se da nova secretária-geral da Juventude Socialista, eleita este fim-de-semana com 72 % dos votos. A notícia não aparenta conter em si mesma qualquer coisa de extraordinário, exceptuando talvez o facto de Maria Begonha ser a protegida de Pedro Nuno Santos, provavelmente o maior representante da ala esquerda do Partido Socialista.
De resto, esse forte pendor de esquerda é patente no programa encabeçado pela nova secretária-geral: Propina Zero; mais e melhores direitos laborais; defesa da possibilidade de morte medicamente assistida; nacionalização das infraestruturas dos sectores energéticos; fim dos apoios públicos à tauromaquia. Trata-se por conseguinte de um programa mais à esquerda do que é aplicado pelo actual Executivo que, quanto resvala para esse lado do espectro político, é por força de PCP e BE.
Maria Begonha, a nova líder da JS, é a continuação política de Pedro Nuno Santos. próximo de António Costa, mas distante de parte do Partido Socialista, representante da ala mais à esquerda do partido e que, com alguma visão, deixou alertas sobre as ilusões da "ideologia startupiana", reconhecendo os erros dos partidos socialistas que deixaram de "falar para os derrotados da globalização".
Se existir alguma renovação dentro do PS renovação que se tornará premente quando esta solução governativa se esgotar, ela passará forçosamente por pessoas que reconhecem os erros do socialismo, sobretudo daquele socialismo que se rendeu à ilusão das terceiras vias, um pouco por toda a Europa.
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