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Cristas e a oposição que se agarra ao que pode

Assunção Cristas representa a oposição que se agarra ao que pode, a oposição do vale tudo, a oposição do desespero. Rui Rio, líder do PSD, prefere outra estratégia, mais contida, menos desesperada, mas que, por sua vez, desespera boa parte do partido, a parte que ainda chora o desaparecimento de Passos Coelho e da sua ideologia de pacotilha acompanhada pelos negócios tradicionalmente obscuros.
Enquanto Rio evita a politiquice de trazer por casa, Cristas abraça-a com gosto. A propósito da queda do helicóptero do INEM, Rui fala de insegurança e ensaia algumas acusações ao Governo. Tenta. Em vão. 
Cristas, por sua vez, anda pelo país a exibir cartazes alertando para os perigos das estradas, ela que fez parte do Governo Passos/Portas que desinvestiram em tudo e mais alguma coisa, com poucas excepções (as do costume).
A solução política congeminada por Costa com a restante esquerda vai funcionando, com o beneplácito do Presidente da República, convenientemente para ele próprio, o que rouba espaço de manobra aos partidos da oposição. Pior, essa mesma oposição, mal servida de lideranças, procura sobreviver a qualquer custo, sobretudo no caso do CDS. Rio é outra questão, a prazo, certamente.
É Assunção Cristas que procura destacar-se agarrando-se ao que pode, por muito pouco que seja, sempre é melhor do que uma mão cheia de nada que é precisamente aquilo que Rio ostenta penosamente.

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