Refém dos grandes interesses
económicos se que estão nas tintas para o regime político, desde
que seja lucrativo, a comunicação social brasileira foi peça
essencial para o desfecho das eleições do passado domingo.
Apostada
em eliminar o PT e indiferente ao perigoso vazio que estava a criar,
assistiu já mais enfraquecida ao ressurgimento de um déspota boçal
que ganhava terreno a cada dia que passava. O déspota não precisou
de muita inteligência, apenas deixou que o vazio criado por essa
comunicação social acabasse ocupado pelas redes sociais entretanto
tomadas pela peste das notícias falsas, pelo sectarismo e pelo.
O
que não quer dizer que o PT não errou e de forma clamorosa; o que
não quer dizer que o PT não sucumbiu à corrupção endémica; o
que não quer dizer, sobretudo, que o PT se encontre sozinho a
calcorrear caminhos onde impera a total ausência de ética.
O
PT, contrariamente ao que foi propalado pela comunicação social,
está bem acompanhado no que diz respeito à corrupção que não
nunca foi exclusiva do PT.
No
entanto, não é possível retirar da equação o peso de desiludir
todos aqueles que acreditaram que o partido combateria os fortes
poderes instalados e a pobreza que arrasta o povo para o abismo. E
isso terá sido imperdoável.
De
qualquer modo, o que sai destas eleições não é o pior de dois
mundos, é o pior de todos os mundos. O ditador que descaradamente
promete violar os Direitos Humanos é a nova realidade brasileira.
A
comunicação social não só cavou a sua própria sepultura, mas fez
o favor de cavar um buraco suficientemente grande para cabermos lá
todos.
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