Há escassos dias Rui Rio, Presidente
do PSD, afirmou que quem não estava de acordo com o PSD devia sair,
ou melhor dizendo e parafraseando, “quem não concorda, de forma
estrutural com o Partido, deve sair”, por ser essa a “atitude
mais coerente”.
Na
semana passada, Rio veio a público defender a necessidade de se
combater a especulação imobiliária, isto na sequência de uma
proposta feita pelo Bloco de Esquerda, prometendo uma taxa semelhante
à “taxa Robles” e deixando muitos no seio do partido com os
cabelos em pé.
A
polémica da “taxa Robles” veio reforçar a ideia de que é Rio
que está mal no partido, apesar de este negar com toda a veemência
aquilo que todos veem. Rio parece não querer perceber que o PSD é
dominado por aqueles que não sendo sociais-democratas, para além de
considerarem o conceito obsoleto, não estão interessados em fingir
aquilo que não, até porque é mais moderno ser liberal,
liberalíssimo. O que Rio não quererá perceber é que o partido que
lidera foi dominado pela mediocridade consolidada durante a liderança
de Passos Coelho – uma mediocridade invariavelmente disfarçada de
“pragmatismo”. O que Rio sobretudo parece não perceber é que é
ele que está a mais no partido e que, se fosse coerente consigo
mesmo, abandonaria a liderança do partido. Mais não seja do que por
uma questão de coerência.
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